A primeira reunião ordinária do ano aconteceu no dia oito de fevereiro, contando com participação de muitos cidadãos que lotaram a Casa Legislativa, abrilhantando a sessão. Grande parte dos presentes eram pais de alunos, moradores da zona rural, protestando harmoniosamente por causa do transporte escolar. Há duas semanas, a Câmara acolheu um encontro entre os perueiros e representantes da Prefeitura para discutir sobre o valor destinado aos motoristas. Agora, pais de alunos vieram mostrar sua insatisfação com o modelo proposto pela Secretaria de Educação.
Usando a Tribuna Livre “Vereadora Heloísa Maria Villas Boas Szundy”, a cidadã Aparecida Silva Pereira, moradora da comunidade rural Córrego da Areia, representou as mães presentes defendendo um melhor trajeto para o transporte escolar nas comunidades de Bocaina, Capivara, Córrego Fundo e Córrego da Areia. “Os meninos que estudam à tarde tem que almoçar às 10 horas. Daí eles não estão indo pra aula”, explica Aparecida. “Nós já procuramos ajuda lá na Prefeitura e não tivemos solução”, completa.
O apoio incondicional dos nove vereadores aos pais de alunos, veio acompanhado de sugestões levantadas pelos vereadores Giancarllo Alves Carneiro Nascimento e Alessandro Oliveira Apaza. “Eu gostaria de pedir que, em nome de todos os vereadores, seja feita uma indicação à secretária de educação para que retorne durante seis meses com o transporte escolar da maneira como era e, neste período, converse com as comunidades para se chegar num consenso”, sugeriu o vereador Alessandro. “O ano passado funcionava bem”, relatou dona Aparecida. O vereador Gian solicitou a convocação dos secretários de Educação e de Finanças da Prefeitura, sendo aprovado por todos os vereadores.
O presidente da Câmara, vereador Raimundo Nonato Mendes (Dinho), informou que na tarde daquele dia um novo percurso foi apresentado pela Prefeitura. “O ônibus que sai da Bocaina passa a fazer o trajeto direto entre o Córrego da Areia e a escola do Córrego Fundo, saindo às 11 horas. E o ônibus que sai da Capivara, com a turma do vespertino, traz os alunos que estudam na escola do Córrego Fundo. Houve esta mudança, agora se solucionará o problema teremos que aguardar”, ponderou Dinho.
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Os vereadores Alessandro e Gian discursaram defendendo que as comunidades sejam escutadas da próxima vez. “A maior gravidade que existe nisso tudo é o fato de os pais não terem ficado sabendo de nada antes. O plano deveria ter sido discutido no mínimo seis meses antes. O pessoal não foi ouvido e de repente apareceu essa mudança, sem as partes serem ouvidas”, protesta o vereador Alessandro. “Eu fico abismado de ver a distância dessas pessoas que tomam as decisões sem ouvir a realidade do povo. Viver na zona rural não é fácil, e torna-se mais difícil quando encontramos pessoas que nunca foram às nossas comunidades querendo tomar as decisões por nós”, argumenta o vereador Gian.
