Na última reunião ordinária da Câmara, ocorrida dia 22 de fevereiro, foram convocados os secretários de Educação e de Planejamento da Prefeitura para prestar esclarecimentos sobre o impasse do transporte escolar nas comunidades rurais de Capivara, Catirina e Córrego Fundo. Representantes destas três comunidades procuraram o vereador Giancarllo Alves Carneiro Nascimento (Gian), entregando-lhe um abaixo-assinado que pede a volta do transporte escolar no turno matutino.
A secretária de educação Heliete Ribeiro de Oliveira Morais, expôs o Plano de Ação elaborado para regularizar a situação do transporte no Município, explicando que em agosto de 2010 foi realizada reunião com diretoras e professoras da rede estadual e com inspetoras da 12ª Superintendência Regional de Ensino, estudando a supressão do turno matutino. Segundo ela, esta decisão teve a colaboração de todas as diretoras, exceto da diretora da Escola Estadual Imaculada Conceição.
O vereador Gian questionou sobre a possibilidade de revisão desta situação apenas para as três comunidades mencionadas, por se tratarem de locais mais afastados do município. A secretária informou que já foi disponibilizado um outro veículo, porque o problema maior de fato era o horário que os alunos acordavam (às 4 horas da manhã) para esperar o transporte escolar. De qualquer forma, ela solicitou que os moradores reenviem o abaixo-assinado, com cópia de seus respectivos documentos de identidade, para que fosse checada a veracidade das assinaturas. Ela comentou que foi realizada uma reunião com os moradores destas comunidades para conversar sobre o assunto. Os vereadores José Mariano Oliveira e Alessandro Oliveira Apaza questionaram a veracidade desta reunião solicitando documento, como uma ata, que comprovasse o acontecimento.
Representando as comunidades, a moradora Joelma usou a tribuna para dizer que os alunos tem almoçado às nove horas e só retornam para casa às 19 horas, já cansados, tendo que acordar cedo para fazer os deveres. “Eles saem às 10h, passam a tarde inteira aqui (fora de casa) e chegam em casa às sete da noite cansados. No outro dia tem que levantar cedo do mesmo jeito pra fazer dever e almoçar mais cedo. Na hora que todo mundo está tomando café, eles estão comendo arroz com feijão pra vir pra escola”, comenta a moradora, afirmando que não justifica a mudança de turno.
Os vereadores Alessandro e Gian questionaram se a troca de horário no transporte acarretaria em prejuízos financeiros para a Prefeitura. O secretário de planejamento Antônio Feliciano Campos (Bizuca), informou que haveria sim porque seria necessário colocar mais dois ônibus, um de manhã e outro à tarde. “Quando foi feito o planejamento para mudar, as escolas - principalmente o Ginásio Padre Herculano -, remanejaram todos os alunos para a tarde, para que pudesse receber os alunos da zona rural. Esta mudança alocou recursos para o período da tarde. Por causa disso, nós teríamos que colocar um ônibus de manhã e outro à tarde”, explicou Bizuca. O secretário informou que seria gasto entre seis e sete mil reais a mais, por mês, para fazer esta readequação. O vereador Alessandro então propôs que fosse estudada uma readequação no orçamento da Prefeitura, reduzindo em outras pastas. “Se nós conseguirmos que o Ginásio faça o remanejamento das turmas, não há problema algum”, ponderou o secretário de planejamento, afirmando que esta situação dispensaria qualquer mudança no orçamento.
O presidente da Casa Raimundo Nonato Mendes (Dinho da Ambulância), sugeriu que fosse marcada uma reunião entre a Secretaria de Educação e os pais de alunos das comunidades afetadas. O vereador Gilberto Marcolino da Silva colocou-se favorável ao diálogo, apoiando a sugestão do presidente. “Há seis anos que sou vereador, e todo ano tem este mesmo problema (do transporte escolar). Realmente é difícil mudar agora porque a escola já fez seu planejamento, mas eu acho que é preciso uma satisfação e fazer esta reunião para se chegar num consenso, chamando também as diretoras, e colocando um fim neste embate que vem se arrastando”, argumenta Gilberto. “Estamos abertos, a secretária se dispôs a receber os pais de alunos. Se estes seis meses não foram suficientes, vamos conversar mais até que cheguemos a um denominador comum que possa atender tanto as necessidades de economia da Prefeitura, quanto os alunos”, finalizou Bizuca.
CASO DA BOA VIAGEM
Sobre a situação da Boa Viagem, a moradora Camila expôs que o maior problema em questão é o transporte inadequado, sendo utilizado um veículo com 13 lugares para transportar 23 estudantes. O vereador Luciano Francino Rabelo (Lúcio da Boa Viagem) disse que acredita no prefeito para solucionar o caso, afirmando que já conversou com ele e que o mesmo se prontificou a disponibilizar um veículo maior para o bairro.